O natal para o resto do ano

E veio o Natal...o que deveria ser um momento de união da Família, de harmonia, virou "a melhor data para o comércio".

Lógico que eu também adoro receber e dar presentes. Mas acho que a coisa toda tá meio exagerada. É uma avalanche de presentes, e cada vez mais comum a idéia de que é "feio" ou "pão-durice" economizar no presente.

Vou dizer uma coisa para vocês...me comove muito mais receber o presentinho que minha filha fez na escola, do que qualquer coisa que venha de uma loja. Quando falta o dinheiro, as pessoas precisam apelar para a criatividade...e acabam colocando muito mais energia e carinho naquilo que estão fazendo.

Este deveria ser o tipo de presente para trocarmos no Natal. Alguma coisa para a qual você dedicou seu tempo, que você preparou pensando em como o presenteado se sentiria ao receber a lembrança.

Outro dia o porteiro do meu prédio veio me contar que comprou uma moto elétrica para o filho dele. Vai pagar em 12 vezes. Ou seja, no próximo Natal, ainda estará terminando de pagar. Não me entendam mal, mas será que era mesmo necessário um presente tão caro, principalmente para alguém que vai ter que sacrificar a família durante um ano inteirinho para pagar?

Estamos cheios de exemplos iguais ao do porteiro do meu prédio. Gente que já está endividada, e fica ainda mais só para satisfazer alguns caprichos. Em se tratando de filho é mais complicado ainda. Confesso que já abarrotei minha filha de presentes, mas estou reduzindo a cada ano. Eram tantos que ela mal conseguia abrir um e já estava recebendo outro.

Este ano foi diferente...ela quase não pediu brinquedos de Natal. Na verdade, ela já tem tanta coisa que nem tem muito mais o que pedir (eu sei, é um absurdo, principalmente porque ela ainda vai fazer 7 anos). A lista dela para o Papai Noel pequena, tinha 4 itens sem grandes complicações.

Fora dessa lista, ela ganhou algumas (poucas) roupas (porque criança cresce e perde tudo né). Todos os preços foram pesquisados e acabei não gastando muito. E sabe de uma coisa? Ela ficou felicíssima, usando a fantasia que havia pedido pelo 3o. dia seguido.

A valorização do consumo prejudica demais a educação financeira das crianças. Se quisermos que nossos filhos aprendam a valorizar aquilo que realmente importa na vida, é bom começarmos desde cedo.

Feliz Ano!