quinta-feira, 23 de julho de 2009

Reserva financeira para emergências

A primeira decisão que você tem que tomar na sua vida financeira é não ter dívidas. A segunda, mas não menos importante, é constituir uma reserva financeira para emergências.

Essa reserva não tem nenhuma relação com a poupança para o apartamento, ou a economia para trocar de carro. Trata-se de uma reserva que deve ser capaz de te manter por um determinado período, caso você fique sem rendimentos (por exemplo, se perder o emprego ou ficar doente).

O mínimo ideal para essa reserva deve ser equivalente a 6 meses de suas despesas totais. Se você conseguir aumentar para até 1 ano, ótimo! Em tempos de crise fica mais difícil conseguir emprego, e pode ser que você não consiga o mesmo salário que tinha antes.

Uma coisa importante a ser considerada, são os gastos adicionais que você passará a ter em função da perda de benefícios do antigo emprego. Por exemplo: você hoje tem uma despesa fixa em dinheiro de 3 mil reais, mas usa celular e da empresa, recebe vale alimentação, combustível, e plano de saúde. Ao perder o emprego, você terá que usar um celular próprio, bancar 100% das despesas com o mercado, combustível, e o plano de saúde. Vamos imaginar que isto irá gerar uma despesa adicional de 1 mil reais. Então, ao ser demitido, sua despesa mensal saltará para 4 mil reais. Logo, sua reserva deve ser de 24 mil reais (6 meses x 4 mil reais). Caso você tenha alguma outra fonte de renda extra que seja segura, poderá abater o valor desta renda do cálculo da reserva.

É possível que você tenha saldo disponível do FGTS, bem como verbas indenizatórias da empresa e seguro desemprego (que não passa de 870,00 mensais, por no máximo 5 meses).
Sugiro que você tente ignorar estes valores ao compor sua reserva para emergências. Assim, você terá uns meses de folga a mais.

"Os profissionais liberais, como os advogados, deveriam ter uma reserva de pelo menos 8 meses, já que não têm nenhum tipo de indenização trabalhista a receber, caso passem alguns meses sem receber honorários!"

Outra recomendação é manter o dinheiro em uma aplicação ou conta separada, para que fique longe da tentação de gastá-lo! Tenha em mente que este valor deverá ser usado apenas em casos extremos, como demissão ou doença. Imagine se você usa o dinheiro para dar entrada em um novo apartamento, e logo em seguida perde o emprego. Você estará em apuros: sem dinheiro algum em caixa e com uma dívida enorme para pagar! A menos que você tenha absoluta certeza de que o negócio é imperdível, que o emprego está seguro por um bom tempo, e que poderá recompor a reserva em poucos meses, não a utilize para outros fins.

"Você só estará pronto para investir depois que tiver uma reserva para emergências!"

Só há uma forma de guardar dinheiro: Não gastar tudo o que você ganha. Você pode ganhar 30mil reais por mês, mas se gastar tudo não terá reserva alguma!

Como montar sua reserva:
  1. monte seu orçamento doméstico (clique aqui para ver o post sobre orçamento);
  2. identifique os "ralos" por onde seu dinheiro está escoando;
  3. otimize seus gastos! Não significa ser pão-duro, e sim gastar de forma consciente;
  4. corte despesas desnecessárias (veja a série de posts "reduzindo gastos");
  5. refaça seu orçamento doméstico, agora com as despesas reduzidas e gastos otimizados, e inclua um "depósito para reserva" como despesa fixa;
  6. Se você ainda não tem nenhum dinheiro guardado, "aperte o cinto" por alguns meses: reduza um pouco o lazer, as compras no shopping, e direcione estes recursos para sua reserva.

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